Nuvem do Dragão revela como estrelas massivas nascem

Nuvem do Dragão revela como estrelas massivas nascem

16/04/2023 0 Por cetico.kf

Mais uma pista para validar os modelos de formação das estrelas gigantes foi obtida com um estudo da Nuvem do Dragão, uma região de gás e poeira de formação estelar. Segundo a pesquisa, as nuvens individuais colapsam diretamente em uma única estrela, contrariando modelos teóricos que propõem outros mecanismos.

Estrelas massivas são relativamente difíceis de encontrar porque não são muito numerosas na Via Láctea. Além de terem uma vida curta e explodirem em supernovas muito cedo, não é fácil encontrar estrelas desse tipo nos estágios iniciais de formação. Por isso, compreender como elas nascem é um pouco desafiador.

Observações da Nuvem do Dragão — rica em hidrogênio molecular e poeira onde estrelas se formam — podem ajudar a mudar esse quadro. Usando o telescópio ALMA, localizado no deserto do Atacama, no Chile, uma equipe de astrônomos vasculhou a região para estudar a poeira.

Várias regiões de formação estelar ativa foram encontradas, mas um aglomerado denso e estranho chamou a atenção dos pesquisadores porque não havia nenhuma estrela recém-nascida por lá. Analisando mais a fundo, eles descobriram que ele era composto por duas regiões separadas.

A imagem destaca o interior da Nuvem do Dragão (Imagem: Barnes et al)

Embora não houvesse formação estelar aoli, os astrônomos perceberam que essas pequenas regiões estavam colapsando para, em breve, formar estrelas. Uma das nuvens tem mais de 30 massas solares de material e a outra apenas duas massas solares.

Se cada uma delas der origem a uma estrela, ficará evidente que estrelas massivas nascem a partir do colapso direto de uma única nuvem, ao contrário de modelos que propõem a divisão das nuvens em aglomerados menores. Esse não parece ser o caso das duas regiões na Nuvem do Dragão, já que elas não apresentam sinal de fragmentação.

Assim, a proposta do colapso direto, chamado modelo de acreção de núcleo, ganha uma sustentação observacional importante. A implicação disso é que, caso o novo estudo esteja correto, as estrelas massivas já nascem com massas elevadas — dezenas de vezes maiores que a do Sol.

Para confirmar as conclusões, a equipe pretende observar mais a região, e outros pesquisadores poderão fazer o mesmo para adicionar mais dados para o debate. O estudo foi aceito para publicação na Astronomy & Astrophysics e foi revelado no repositório arXiv.

Fonte: arXiv.org, via: Universe Today

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