Galáxia colossal gira e aponta jato energético em nossa direção

Galáxia colossal gira e aponta jato energético em nossa direção

02/04/2023 0 Por cetico.kf

Uma galáxia localizada a 656 milhões de anos-luz de distância, com 4 milhões de anos-luz de diâmetro, simplesmente mudou de posição e apontou seu jato relativístico em nossa direção. Com isso, os cientistas tiveram que mudar sua classificação: agora, ela é um blazar.

Os autores do novo estudo observaram uma galáxia já conhecida, com núcleo ativo emitindo um jato de alta energia de seu buraco negro central. Seu nome é PBC J2333.9-2343 e sua classificação era de radiogaláxia, devido à atividade de seu buraco negro supermassivo.

Eles então descobriram que a galáxia inteira se moveu de maneira impressionante. Antes, ela era vista de lado, quase na horizontal, e agora ela está praticamente perpendicular à nossa linha de visão. Ou seja, fez um giro de 90 graus.

Se antes seus jatos relativísticos eram vistos acima e abaixo da galáxia, agora eles estão apontados diretamente para os telescópios. Isso “obrigou” os astrônomos a reclassificá-la como um blazar, que é uma radiogaláxia com jato voltado à nossa direção.

Ilustração de um blazar; esses objetos são radiogaláxias com um centro ativo e jato apontado para nossa direção (Imagem: Reprodução/Goddard Space Flight Center da NASA)

Blazares são um dos fenômenos mais poderosos do universo e seus jatos viagem quase à velocidade da luz. Apesar disso, mesmo apontado para nós, não há risco algum desse jato nos causar qualquer preocupação. Essa é a primeira vez que os astrônomos observam um fenômeno como este acontecer sem uma nova explosão no buraco negro.

A equipe comparou as propriedades do PBC J2333.9-2343 com uma série de blazares e outros tipos de radiogaláxias e concluiu que ela também possui dois lóbulos nas áreas externas do jato. Eles estão relacionados aos jatos antigos e não são mais alimentados pela matéria atualmente ejetada do núcleo galáctico.

Por enquanto, não há explicação para o movimento da galáxia, mas é possível que isso tenha sido resultado de uma colisão com outra galáxia companheira. Os dados foram obtidos do radiotelescópio alemão Effelsberg no Instituto Max Planck de Radioastronomia, do telescópio óptico SMARTS da Universidade de Yale e do Observatório Neil Gehrels Swift da Penn State.

O trabalho está publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

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