Após várias análises, os astrofísicos concluíram que o objeto não pode ser uma estrela de nêutrons, mas sim, uma estrela de quarks, também conhecida como estrela estranha.

Recentemente, pesquisadores brasileiros da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do ABC, reexaminaram as características de um objeto compacto no espaço chamado XMMU J173203.3-344518 e concluíram que ele pode não ser uma estrela de nêutrons, como se acreditava anteriormente, mas sim uma estranha estrela (HORVATH, 2023).

Essa descoberta pode ser um marco para a astrofísica, já que a existência de estrelas estranhas é apenas hipotética até o momento.

O objeto XMMU J173203.3-344518 tem cerca de 77% da massa do Sol, mas ocupa um espaço muito menor, sendo capaz de caber dentro da cidade de São Paulo.

Essa característica já é surpreendente, uma vez que as estrelas de nêutrons geralmente são muito maiores.

Porém, após uma nova estimativa de distância, os pesquisadores brasileiros começaram a considerar a hipótese de que o objeto pudesse ser uma estranha estrela.

As estrelas estranhas são objetos teóricos que consistem principalmente de partículas conhecidas como quarks.

Os quarks são as partículas que formam os prótons e os nêutrons, que por sua vez formam os átomos.

Sob pressões extremas, os quarks podem se apresentar como uma nova forma de matéria chamada matéria de quark (ou matéria estranha).

As estrelas estranhas, portanto, seriam compostas principalmente de matéria de quark.

Embora ainda não tenha sido confirmada a existência de estrelas estranhas, a possibilidade é intrigante.

Até o momento, apenas estrelas de nêutrons foram observadas e estudadas, mas a descoberta de uma estrela estranha poderia levar a novas descobertas e estender o conhecimento da física das estrelas de nêutrons.

A formação das estrelas estranhas ainda é um mistério, mas alguns modelos sugerem que elas se formam quando a pressão da matéria de quark domina no colapso de uma supernova, liberando ainda mais energia do que o usual.

Essa energia extra levaria a uma ejeção maior de massa, deixando para trás uma estrela estranha.

O objeto XMMU J173203.3-344518 tem todas as características de uma hipotética estranha estrela, mas os pesquisadores alertam que é preciso fazer mais detecções para confirmar essa conclusão.

A descoberta é considerada um caso importante e pode levar a mais pesquisas na área.

O estudo dos objetos compactos é uma área fascinante da astrofísica que pode nos ajudar a entender melhor o cosmos.

Ainda há muito a aprender sobre esses objetos incrivelmente densos, mas cada nova descoberta nos aproxima de uma compreensão mais profunda de nosso universo.