Lançado em 1993, satélite brasileiro quebra recorde mundial com mais de 30 anos em operação

Lançado em 1993, satélite brasileiro quebra recorde mundial com mais de 30 anos em operação

25/06/2023 0 Por cetico.kf

O Satélite de Coleta de Dados (SCD-1), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), bateu recorde mundial de operação. Lançado ao espaço em 9 de fevereiro de 1993, o módulo completou 30 anos, 4 meses e 4 dias em órbita, superando o satélite japonês Geotail, cujas operações foram encerradas em novembro do ano passado.Marcando um avanço da Missão Espacial Completa Brasileira, iniciada em 1979, o satélite representou um passo rumo à autonomia brasileira do acesso ao espaço. O recorde de operação do SCD-1 foi alcançado em 17 de junho, cruzando a linha de mais de três décadas de contribuição para pesquisas e análises científicas do Inpe.

“Aquele lançamento se tratava de uma grande conquista para o Brasil”, disse Adenilson Roberto da Silva, coordenador-geral de Engenharia, Tecnologia e Ciências Espaciais do Inpe, um instituto de pesquisa integrado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.O SCD-1 é o primeiro satélite artificial de observação projetado, desenvolvido, testado e operado pelo Brasil. As expectativas iniciais apontavam para uma vida útil de apenas um ano para o equipamento, o que foi claramente superado em mais de trinta vezes.“Dificilmente esse recorde venha a ser batido devido ao aumento das complexidades e funcionalidades que hoje são demandadas dos satélites”, segundo Adenilson.

Com os avanços na área da tecnologia ao longo das últimas décadas, os satélites passaram a adotar um formato mais compacto e desempenhar uma variedade de funções, algo que, segundo o pesquisador, pode levar à ocorrência de falhas nos dispositivos.Apesar dos projetos atuais apresentarem mais complexidade, os satélites possuem um “prazo de validade” especificado, e na maioria dos casos, a vida útil estimada é cumprida. Seguindo esse raciocínio, Adenilson acredita que será difícil superar o recorde do SCD-1.

Em seu contexto, o SCD-1 foi desenvolvido com as melhores tecnologias disponíveis. O satélite possui controle de orientação passivo, mas não conta com propulsão a bordo. Isso significa que não é possível executar operações de descomissionamento, caso necessário.“Assim, [o satélite] deverá continuar operando até que uma falha maior ocorra e ele deixe de se comunicar com as antenas em solo. No estado atual, a velocidade de rotação, que é o princípio físico que o estabiliza, diminuiu bastante e vai continuar decrescendo”, explica.

Agora, é esperado que o SCD-1 tenha sua vida útil encerrada a curto prazo, uma vez que a redução de sua velocidade de rotação é causada por agentes externos e estão fora de controle. “Não se espera uma vida longa a partir deste momento”, disse o pesquisador. Em breve, o Brasil deve iniciar o projeto de um novo satélite em parceria com a China.Atualmente, o satélite brasileiro desempenha a função de receber dados ambientais coletados por plataformas instaladas em diferentes regiões do território nacional e redirecioná-los para as estações terrestres do Inpe, localizadas em Cuiabá (MG) e Natal (RN). Os dados são gravados em um sistema nacional, e então, ficam disponíveis para o público.

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