O anel vermelho é conhecido como “emissão de luz e perturbações de frequência muito baixa devido a fontes de pulso eletromagnético”

Um estranho anel de luz gigante brilhou no céu noturno da Itália durante alguns segundos no último dia 27 de ma. O estalo foi tão rápido que a maior parte das pessoas nem conseguiu perceber, mas felizmente foi tempo suficiente para que o evento fosse fotografado.

Quem fez o registro foi o fotógrafo Valter Binotto, que conseguiu capturar o círculo acima da cidade de Posagno. Apesar de não parecer, a enorme luz na verdade estava bem distante da cidade, mas o seu diâmetro de mais de 300 quilômetros, combinado com a perspectiva da foto, fez parecer que o evento ocorreu ali.

Mas o que exatamente é esse anel vermelho?

O fenômeno é conhecido como “emissão de luz e perturbações de frequência muito baixa devido a fontes de pulso eletromagnético”, ou ELVE para abreviar, de acordo com Spaceweather. Basicamente, consiste em uma perturbação da estratosfera resultado de um grande volume de raios em uma tempestade.

Esses anéis de luz surgem quando pulsos eletromagnéticos (EMPs) emitidos por raios atingem a ionosfera da Terra. Normalmente, isso é visto apenas do espaço, como aconteceu em 2021 na ISS, mas nesse caso ele foi grande o suficiente para ser visto da Terra.

Histórico do fenômeno

Thomas Pesquet, astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), registrou um estranho fenômeno luminoso sobre a Europa no início de setembro, divulgando a curiosidade em sua conta oficial no Twitter em 2021.

“Essa é uma ocorrência bastante rara e nós temos uma estrutura próxima ao laboratório Columbus, na Europa, que é dedicada à observação desses flashes de luz”, disse Pesquet, ao compartilhar uma versão mais nítida da imagem no seu perfil no Flickr. “A estação espacial é extremamente capacitada para esse observatório já que ela passou pelo Equador em um momento em que ocorriam tempestades elétricas”

“O que é mais fascinante sobre esse relâmpago é que, em apenas algumas décadas, eles foram observados de forma anedótica [informal, pouco comum] por pilotos, e cientistas demoraram a se convencer de que ele realmente existiam”, continuou Pesquet. “Avançando alguns anos, podemos confirmar que elfos e fadas são muito reais e podem estar influenciando em nosso clima também”, ele finalizou.