Brasil: cientistas fazem descoberta ‘perturbadora’ em ilha remota

Brasil: cientistas fazem descoberta ‘perturbadora’ em ilha remota

24/03/2023 0 Por cetico.kf

Existem poucos lugares na Terra tão isolados quanto a ilha da Trindade, um afloramento vulcânico a uma viagem de barco de três a quatro dias na costa do Brasil.

Assim, a geóloga Fernanda Avelar Santos ficou surpresa ao encontrar um sinal perturbador de impacto humano na paisagem intocada: rochas formadas a partir do excesso de poluição plástica flutuando no oceano.

Santos encontrou as rochas plásticas pela primeira vez em 2019, quando viajou para a ilha para pesquisar sua tese de doutorado sobre um tópico completamente diferente – deslizamentos de terra, erosão e outros “riscos geológicos”.

Ela estava trabalhando perto de uma reserva natural protegida conhecida como Praia da Tartaruga, o maior local de reprodução da tartaruga verde ameaçada de extinção, quando se deparou com um grande afloramento de rochas verde-azuladas de aparência peculiar. Intrigada, ela levou alguns para seu laboratório após sua expedição de dois meses.

Ao analisá-los, ela e sua equipe identificaram os espécimes como um novo tipo de formação geológica, fundindo os materiais e processos que a Terra usou para formar rochas por bilhões de anos com um novo ingrediente: lixo plástico.

“Concluímos que os seres humanos estão agora atuando como um agente geológico, influenciando processos que antes eram completamente naturais, como a formação de rochas “, disse ela à AFP.

Uma 'rocha de plástico' encontrada por cientistas brasileiros na Ilha da Trindade, um dos lugares mais remotos do planeta
Uma ‘rocha de plástico’ encontrada por cientistas brasileiros na Ilha da Trindade.

Ilha Paraíso

Ela descreve Trindade como “como o paraíso”: uma bela ilha tropical cujo afastamento a tornou um refúgio para todos os tipos de espécies – aves marinhas, peixes encontrados apenas lá, caranguejos quase extintos, a tartaruga verde.

A única presença humana na ilha do Atlântico Sul é uma pequena base militar brasileira e um centro de pesquisas científicas.

Ela voltou à ilha no final do ano passado para coletar mais espécimes e aprofundar o fenômeno. Continuando sua pesquisa, ela descobriu que formações plásticas semelhantes a rochas já haviam sido relatadas em lugares como Havaí, Grã-Bretanha, Itália e Japão desde 2014.

Fonte:

Phys.org

[Brasil]

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