
Novo planeta é encontrado ao redor de estrela mais próxima do Sol
11 de fevereiro de 2022
Foram encontradas evidências da existência de um planeta até então desconhecido em torno de Proxima Centauri. Essa é a estrela mais próxima de nós, depois do Sol, e o novo mundo é o terceiro identificado ao redor dela.
A descoberta foi feita desde o Observatório Europeu do Sul (ESO) no Chile, com o auxílio do Very Large Telescope (VLT). Com apenas um quarto da massa da Terra, o planeta é também um dos mais leves já descobertos até hoje.
Nesse sistema solar já haviam sido descobertos dois planetas. Um deles, Proxima b, tem massa comparável à da Terra e um tempo de rotação de apenas 11 dias terrestres. Já o outro, Proxima c, leva cinco anos para rodear sua estrela.
Já o novo membro da família está a uma distância de quatro milhões de quilômetros de seu sol. Isso o coloca na zona chamada de “Cachinhos Dourados”, onde poderia existir água líquida na superfície. Essa é uma característica importante para pesquisadores interessados em encontrar vida alienígena.
Primeiras evidências
A primeira evidência de Proxima d foi vista quando o primeiro de seus irmãos estava sendo investigado, ainda em 2020. Desde então os cientistas buscavam mais dados que confirmassem a natureza planetária como fonte do sinal fraco que detectaram.
O instrumento ESPRESSO (Espectrógrafo Echelle para Observações Espectroscópicas Estáveis e de Exoplanetas Rochosos) foi então apontado para nossa estrela vizinha e foi confirmada a existência desse pequeno mundo em torno dela.
“Fiquei muito entusiasmado com o desafio de detectar um sinal tão fraco e descobrir um exoplaneta tão perto da Terra,” diz João Faria, investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Porto, Portugal, e líder do estudo.
Método das velocidades radiais
Proxima d é o exoplaneta mais leve descoberto com o método das velocidades radiais. A descoberta ultrapassou o recorde anterior, de um planeta descoberto no sistema planetário L 98-59.
O resultado é importante porque mostra a robustez da técnica. Ela tem o potencial de revelar muitos outros exoplanetas desconhecidos pela nossa galáxia e talvez até mais além. Isso é importante porque astrônomos acreditam que planetas rochosos sejam a maioria no universo.
A técnica usada capta as oscilações do movimento de uma estrela causada pelo campo gravitacional de seus planetas. O problema é que quanto menor o planeta, menor esse efeito. Em Proxima Centauri, o deslocamento causado por Proxima d é de apenas 1,44 km por hora.
Leia também: Saiba mais sobre o exoplaneta gigante que orbita um par de estrelas
A inauguração de equipamentos cada vez mais modernos, como o Extremely Large Telescope (ELT) do ESO, em construção no deserto do Atacama, irá expandir ainda mais o poder dessa técnica. E pode ser a chave que falta para descobrir se estamos sozinhos ou não por aqui.