
Homem do futuro conta uma história sobre o passado de Marte
04/04/2025
Em 2019, um homem apareceu no YouTube e falou sobre o futuro da Terra. As pessoas ficaram especialmente interessadas e chocadas com a história de Marte e dos dois cientistas que derrubaram toda a ideia da origem da vida na Terra.
Eco do Planeta Vermelho
Em 2187, Marte não era mais o mistério deserto que era descrito nos livros antigos. As cúpulas das colônias brilhavam sob o céu vermelho, e as pessoas corriam entre as estações como formigas em um formigueiro gigante. Mas por baixo da fina camada de poeira e areia havia segredos que atraíam aqueles que ousavam olhar mais profundamente.
O Dr. Elias Crowe, historiador e antiquário, estava em seu laboratório. Ele pôs as mãos em uma coisa estranha que lhe foi vendida por um mineiro marciano. Ele alegou tê-lo encontrado nas minas. Era um medalhão coberto de belas esculturas e símbolos que ele não conseguia reconhecer.
“Estranho”, ele murmurou, segurando o achado contra a luz.
No módulo de pesquisa, ele mostrou o medalhão à sua colega, Dra. Sarah Wayne, uma geóloga com uma mente afiada e o hábito de questionar tudo.

“Outra farsa”, ela disse, mal olhando para ele. —As pessoas vêm inventando histórias marcianas há séculos. Não havia vida inteligente aqui antes de nós!
“Olhe para os padrões”, objetou Elias. – Não parece trabalho humano.
Sarah fungou.
– Ou alguém realmente tentou.
“Isso não é tudo”, disse Elias, tirando da bolsa um livro encadernado em couro esfarrapado. – Encontrei isso aqui perto. O diário de uma certa Maria Lenz, uma mulher do século XIX. Ela alegou se lembrar de sua vida em Marte. E ela vem da Terra. Não é estranho?
Sarah revirou os olhos.

– Ah, sim, a famosa Maria Lenz. Em 1862, ela cativou metade da população vienense com suas histórias. Ela andou pela sala de estar e contou a todos que vivia com marcianos. Você realmente considera essa história verdadeira?
Elias abriu o jornal e começou a ler:
“13 de março de 1862. Eu vi de novo: a areia vermelha, as cidades flutuantes, as finas torres que perfuravam o céu carmesim. Meu povo, com suas cabeças longas e olhos sábios, viveu em paz até o fim. O céu se abriu e nós fugimos. »
Sarah cruzou os braços.
– E o que ela quer dizer com “o céu se abriu”?
Elias virou a página.
– Ela escreve sobre uma catástrofe – um cometa ou um mecanismo que destruiu Marte. Os sobreviventes partiram para a Terra, levando consigo animais e sementes para trazer de volta mais tarde.
“Isso é engraçado”, Sarah retrucou. — Não há vestígios de civilização em Marte. Nós desenterramos tudo aqui nos últimos 100 anos. Nem um único vestígio de outra civilização. Por que essa história te tocou tanto?
— E se estivermos procurando nos lugares errados? — Elias olhou para cima. — E se ela soubesse a verdade? E se ela estivesse em Marte há milhares de anos e acabasse em um portal do tempo? Em cem mil anos, o planeta poderia ter apagado seus vestígios. Você mesmo sabe como estava o clima aqui, e mesmo agora está perigoso fora do domo. Explorar Marte é uma tarefa cara.
Eles passaram os dias seguintes estudando o diário de Maria. Suas palavras pareciam fantasia, mas havia algo assustadoramente preciso nelas. Ela descreveu uma pirâmide escondida sob as areias, um repositório de conhecimento deixado para trás antes do Êxodo.
“Há uma formação estranha na região do Planalto de Eridania”, Sarah admitiu relutantemente. – Algumas pessoas acham que é artificial, mas não há provas. E havia água lá. É um fato comprovado.

“Então vamos”, sugeriu Elias. – Se ela estiver certa, encontraremos algo.
Sarah suspirou, mas concordou. Eles embarcaram no veículo espacial e atravessaram as dunas vermelhas. O ar estava ficando mais denso e a paisagem mais ameaçadora. Finalmente, algo enorme apareceu diante deles: uma pirâmide, meio enterrada na areia. Suas paredes lisas refletiam a tênue luz do sol.
“Isso não pode ser natural”, Sarah sussurrou, perdendo a confiança pela primeira vez. – Mas não estava lá antes. Não entendo nada…
Elias assentiu.
— Maria escreveu sobre a pirâmide onde a memória dos marcianos era guardada. Talvez tenha chegado a hora e as areias tenham nos revelado seu segredo. Não é por acaso que este diário chegou até mim depois de tantos anos. Devemos ousar entrar?
Sarah assentiu.
Eles entraram. No interior, foram descobertas salas contendo artefatos – dispositivos estranhos e placas cobertas com a mesma escrita do medalhão. Elias passou a mão por uma das paredes.
“É incrível”, Sarah suspirou. – Mas como ela poderia saber disso? E acima de tudo, como poderíamos deixar isso passar? Não entendo absolutamente nada.
“Talvez ela realmente se lembrasse”, disse Elias calmamente. – Ou o futuro lhe foi revelado. Ela sabia que chegaríamos aqui naquele exato momento. A pirâmide se abriu para nós…
Eles se acomodaram em um dos quartos e Elias leu outra entrada:
“Eu os vejo – os marcianos caminhando entre nós na Terra. Suas memórias são apagadas, sua essência escondida. Somos todos filhos das estrelas, presos por um passado que ainda não entendemos. »
Sarah olhou para Elias com os olhos brilhando.
– Você acha que poderíamos ser descendentes deles? Olhe para essas fotos. Eles parecem pessoas.
“É um pensamento bonito”, ele sorri. – E talvez haja alguma verdade nisso, mas mesmo que haja, os marcianos conseguiram se tornar selvagens e esquecer sua herança na Terra. O ciclo começou novamente. E depois de cem mil anos, voltamos aqui para aprender a verdade sobre nossas origens.
Eles deixaram a pirâmide, levando consigo as amostras e as perguntas. A noite caiu em Marte e Elias olhou para as estrelas, sentindo uma conexão com algo vasto e incompreensível. As palavras de Maria Lenz ecoavam em sua cabeça como um mundo distante.
“Somos todos filhos de estrelas”
Passado e futuro estão interligados nesta história, como velhas histórias lidas à beira da lareira.
Mas outra voz ecoou na memória de Elias: a voz de um garoto do século XX, Leo Vartan. Em 1999, ele afirmou ter vivido em Marte, falando das mesmas cidades e da mesma catástrofe. Eles o intimidaram e zombaram dele até que ele se retraiu.
Cientistas encontraram estranhas coincidências entre suas palavras e dados sobre Marte, mas ninguém acreditou completamente nele. Agora, parado perto da pirâmide, Elias sentiu que Leo e Maria estavam falando sobre a mesma coisa. Marte já foi habitado.

—Por que suas palavras parecem tão verdadeiras? ” perguntou Sarah, olhando para o horizonte vermelho.
“Porque a verdade nem sempre precisa de provas”, respondeu Elias. – Às vezes ela só espera até que estejamos prontos para ouvi-la.
Eles retornaram à colônia, mas algo havia mudado. Marte não parecia mais estranho. Ele era um espelho refletindo o passado da humanidade – ou talvez seu começo. Na Terra, lendas antigas falavam de inundações, de povos surgindo do nada, de cidades engolidas pela areia. E se esses fossem os vestígios daqueles que fugiram do planeta vermelho?
A ciência insistiu teimosamente que Marte estava morto e vazio, mas as descobertas de Elias e Sarah desafiaram essa certeza. Maria escreveu sobre a destruição da camada superior de Marte e sobre como seus habitantes se misturaram com tribos terrestres. É possível que haja uma gota de sangue marciano em cada um de nós?
“Se isso é verdade”, disse Sarah, olhando para o medalhão, “então o que sabemos sobre nós mesmos?” »
Elias deu de ombros.
—Talvez estejamos apenas começando a descobrir.
Naquela noite ele ficou sentado sozinho por um longo tempo, ouvindo o silêncio de Marte. O vento empurrava a areia sobre as dunas, e naquele farfalhar ele pensou ter ouvido vozes — as vozes daqueles que viveram aqui há milhares de anos, daqueles que sonharam com as estrelas e as encontraram. Ele pensou em Maria, em Leo, nos milhões de outros cujas vidas cruzaram esta terra vermelha. E no fundo ele sentia que eles não eram loucos. Eles eram mensageiros cujas palavras ecoaram através do tempo.
Marte estava em silêncio, mas naquele silêncio havia mais do que todos os livros do mundo poderiam contar. E Elias sabia que eles voltariam aqui para ouvir o resto.
Fonte/Imagem: Internet/elishean777