
Descoberta de DNA de Dodô pode levar ao renascimento de ave extinta
20 de junho de 2022
O pensamento de reviver o dodô perdido não é mais para os pássaros.
A recente descoberta de um “espécime fantástico” de DNA de dodô foi a última pista necessária para completar o genoma da ave extinta, anunciou uma equipe de pesquisadores biológicos da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz.

A descoberta significa que os cientistas estão a um passo de conseguir trazer de volta o dodô, que desapareceu há mais de três séculos.
Beth Shapiro, professora de ecologia e biologia evolutiva da UC Santa Cruz, disse aos espectadores de um webinar da Royal Society que seu grupo publicaria a sequência genética completa no Museu de História Natural da Dinamarca.
Shapiro confirmou o avanço quando pressionado por seu público, de acordo com o The Telegraph. “Sim, o genoma do dodô é totalmente sequenciado porque nós o sequenciamos. Ainda não foi publicado, mas existe e estamos trabalhando nisso agora”, disse ela.

A ave que não voa com 3 pés de altura foi registrada pela primeira vez na história moderna por marinheiros holandeses na ilha de Maurício, a leste de Madagascar, no Oceano Índico, em 1598. No final do século 17, nenhum vestígio do dodô podia ser encontrado lá. – e presumivelmente foi exterminado por espécies invasoras, incluindo cães, gatos e humanos.
A comunidade evolutiva tem falado sobre a possibilidade de recriar outras espécies pré-históricas, como o mamute que morreu há cerca de 4.000 anos. Os cientistas revelaram o plano desde que seu genoma completo foi sequenciado em 2015.
Naquele mesmo ano, o livro de Shapiro “How To Clone A Mammoth” (Princeton University Press) revelou suas aspirações de extinção do dodô: “Mais do que qualquer outra espécie [o dodô] é o símbolo internacional da extinção causada pelo homem”, escreveu ela.
Mas trazer de volta o dodô apresenta desafios únicos, disse Shapiro aos participantes da Royal Society.

“Os mamíferos são mais simples”, disse ela, possibilitada pela clonagem – “a mesma abordagem que foi usada para criar a ovelha Dolly”.
“Mas não sabemos como fazer isso com pássaros por causa das complexidades de seus caminhos reprodutivos. Portanto, é preciso haver outra abordagem para os pássaros”, explicou ela, acrescentando que “tem poucas dúvidas de que chegaremos lá”.
Foi sugerido que o primo próximo do dodô, o pombo Nicobar, poderia ter seu DNA editado para incluir o DNA do dodô, informou o Telegraph, embora não fosse um dodô totalmente carregado nesse caso.

E de todos os animais que poderiam ter sobrevivido, há um forte argumento para o dodô, pois um habitat tropical adequado pode ser facilmente encontrado hoje. Além disso, é inofensivo.
“O dodô é uma ave popular e você pode argumentar para trazer de volta”, disse o geneticista da Universidade de Harvard, George Church, em um comunicado. “Se você trouxer o T-Rex de volta à vida, talvez isso não fosse a coisa popular, pois causaria tumulto e estragos.”