Após 41 assinaturas, Flávio Bolsonaro dar notícia ao Brasil sobre impeachment de Moraes, ele…Ver mais

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11/08/2025 0 Por cetico.kf

Em meio a uma das semanas mais tensas do cenário político recente, a oposição no Senado conseguiu reunir as 41 assinaturas necessárias para protocolar um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento ocorre dias após Moraes determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decisão que mobilizou aliados e reacendeu embates entre Poderes. A última assinatura para viabilizar o protocolo foi a do senador Laércio Oliveira (PP-SE), confirmada nesta quinta-feira (7).

A iniciativa foi resultado de um esforço concentrado de parlamentares da oposição, que nas últimas horas intensificaram negociações para atingir o número mínimo exigido. Com o protocolo do pedido, líderes oposicionistas anunciaram o fim da obstrução aos trabalhos do Senado e a desocupação da Mesa Diretora, medida adotada para pressionar a Casa nos últimos dias. Agora, a estratégia se volta totalmente para convencer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a dar seguimento ao processo contra Moraes – decisão que cabe exclusivamente a ele.

O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que a retirada da obstrução permitirá que o grupo participe de debates “que interessam ao Brasil” e que vão além das disputas ideológicas. Apesar do discurso conciliador, a base aliada de Bolsonaro deixa claro que a prioridade é pressionar pela análise do impeachment de Moraes. Para que o processo seja aprovado, caso seja instaurado, será necessário o voto favorável de 54 senadores, equivalente a dois terços do plenário.

Durante a coletiva de imprensa, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou o momento como “histórico” e afirmou que Moraes “precisa voltar a ter limites”. Filho mais velho do ex-presidente, Flávio declarou ter se encontrado com o pai na quarta-feira (6) e descreveu a situação como difícil. “É sempre muito duro ver uma pessoa honesta passando por isso tudo. Quando uma pessoa inocente passa por isso, precisa ser muito firme. Ele se mostrou muito forte, a gente sai fortalecido pela força dele”, declarou.

Além da ofensiva contra Moraes, a oposição também mira na anistia aos acusados de participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas. Flávio Bolsonaro afirmou que houve um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que a proposta seja pautada. A medida é defendida pela base bolsonarista como uma forma de “pacificar” o país, mas enfrenta forte resistência de setores da sociedade civil e de partidos alinhados ao governo.

O pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes se soma a uma série de embates entre o STF e o Legislativo, especialmente envolvendo a ala bolsonarista. Moraes tem sido um dos ministros mais atuantes em investigações sobre fake news, ataques à democracia e a tentativa de golpe atribuída a apoiadores do ex-presidente. Para os opositores, o ministro extrapola suas funções; para seus defensores, age para proteger as instituições e coibir ameaças ao Estado democrático de Direito.

Agora, todos os olhos se voltam para Davi Alcolumbre, que terá de decidir se acata ou arquiva o pedido. Sua decisão definirá não apenas o destino dessa nova investida contra um ministro do STF, mas também o tom das relações entre Senado e Supremo nos próximos meses. Em um Congresso dividido e diante de um STF fortalecido por decisões recentes, a batalha política está longe de terminar – e promete intensificar o clima de polarização no país.