Deputada Julia Zanatta usa bebê de 4 meses como escudo para evitar ação da polícia legislativa

Deputada Julia Zanatta usa bebê de 4 meses como escudo para evitar ação da polícia legislativa

07/08/2025 0 Por cetico.kf

Parlamentares bolsonaristas, mesmo sob risco de suspensão dos mandatos, se recusam a deixar o plenário da Câmara

A deputada Julia Zanatta (PL-SC) interrompeu sua licença-maternidade e se juntou aos bolsonaristas que ocupam o plenário da Câmara para impor pautas como a anistia aos golpistas do 8 de janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Para evitar uma ação ostensiva da Polícia Legislativa para desocupar o plenário, a deputada levou seu filho recém-nascido, de 4 meses, na tentativa de usá-lo como escudo e evitar uma atitude mais enérgica das forças policiais da Câmara.

Em vídeo compartilhado nas redes sociais, Zanatta aprece sentada na cadeira de Hugo Motta com o bebê em seu colo. 

Hugo Motta anuncia sessão na Câmara e prepara revés para bolsonaristas

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou a realização de uma sessão presencial às 20h30 desta quarta-feira (6). Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), marcou uma sessão remota.

Além disso, Hugo Motta informou aos líderes partidários que os deputados que permanecerem na “ocupação” do plenário terão seus mandatos suspensos por seis meses e serão retirados pela Polícia Legislativa. 

Motta pretende realizar, junto a outros parlamentares, uma ação simbólica de “retomada” da Câmara dos Deputados.https://d-12619315591879985465.ampproject.net/2507172035000/frame.html

O líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (RJ), endossou a medida anuncia por Hugo Motta.

“A Câmara de Deputados realizará sessão presencial hoje às 20h30. Todos os líderes foram firmes na necessidade de retomada dos trabalhos, quem resistir fisicamente na tentativa de impedir que Hugo Motta inicie a sessão, terá o mandato suspenso e será levado ao conselho de ética. Não terá nenhum tipo negociação com a pauta de anistia”, disse Lindbergh Farias.

‘Chantagem’: Alcolumbre manda recado duro a senadores bolsonaristas

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mandou um duro recado aos senadores que estão impedindo os trabalhos legislativos após a volta do recesso parlamentar. 

Segundo informações do blog do jornalista Octavio Guedes, Alcolumbre foi assertivo. “Não vou aceitar chantagens. Não vou aceitar ser ameaçado e o Senado voltará a funcionar. Não abrirei mão de minhas prerrogativas”, disse ele, conforme relato de um dos participantes do encontro com líderes partidários na Residência Oficial do Senado.

Os senadores oposicionistas se recusaram a participar da reunião e pediram um encontro separado com Alcolumbre. Pelo segundo dia consecutivo, eles estão acampados em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela votação de uma pacote com três pautas (leia abaixo) no Legislativo, impedindo a realização de sessões. Tem sido feito um revezamento para ocupar as cadeiras das mesas em que são conduzidas as sessões.

Por conta da ocupação do Senado e da Câmara dos Deputados, Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), cancelaram as sessões marcadas para a terça-feira (5).

‘O Parlamento tem obrigações com o país’

Também nesta terça, quando foi iniciado o movimento bolsonarista na Câmara e no Senado, Alcolumbre já havia feito um apelo para que os trabalhos fossem retomados “com respeito, civilidade e diálogo” no Congresso Nacional.   

“O Parlamento tem obrigações com o país na apreciação de matérias essenciais ao povo brasileiro. A ocupação das Mesas das Casas, que inviabilize o seu funcionamento, constitui exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos. Faço, portanto, um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação. Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população”, disse ele, em nota.

O que querem os bolsonaristas

Os deputados bolsonaristas cobram que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) coloque para votação o projeto de lei da anistia, que, além dos réus e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, alcançaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo entendimento do grupo.

Também querem a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que põe fim à prerrogativa de foro por função, o chamado foro privilegiado. O objetivo da proposta é tirar do Supremo Tribunal Federal (STF) a competência de julgar Bolsonaro e outros réus da ação penal da trama golpista.

Já no Senado, a oposição quer pautar o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator das ações contra Bolsonaro na Corte. A lei permite que ministros sejam julgados somente no caso de eventuais crimes de responsabilidade.