A Profecia Hopi – O Dia da Purificação

Quando a estrela azul Kachina aparecer no céu, um novo mundo nascerá. Será o dia da purificação, o ponto de viragem quando tudo mudar. Saquasohuh, o Kachina Azul, dançará na praça sagrada e tirará a máscara – marcando o início de uma nova era.

Os irmãos antigos voltarão, guardiões do mundo: Poganghoya, o Guardião do Norte, e seu irmão Palongawhoya, o Guardião do Sul. Eles restaurarão o equilíbrio, fazendo com que a Terra volte à sua rotação natural. Nos céus do noroeste, eles se verão, viajando em seus escudos voadores, acompanhados de seres estelares, observando para ver quem ainda se lembra dos velhos ensinamentos.

O retorno do Kachina Azul é o sinal. Um novo dia amanhecerá, e uma nova forma de vida começará. Mas antes que o Quinto Mundo possa surgir, um fogo arderá dentro de nós: a saudade de verdade, a saudade de harmonia, a luta interior entre o passado e o que deve vir.

Pouco tempo depois, o Kachina Vermelha continuará: o Purificador. Sua luz tocará em tudo, sem deixar nada inalterado. A Terra, as suas criaturas e toda a vida como a conhecemos estarão à porta. Será dada uma última chance de transformar, de voltar aos caminhos do equilíbrio. Mensagens de mudança estarão em todo lugar: nas pedras, nos grãos sagrados, até na água.

Para aqueles que seguem os ensinamentos antigos, o tempo do Purificador não trará medo. Eles entenderão os sinais, refletidos em todos os seres vivos, inclusive no seu próprio sangue. Mas para muitos, será um momento de grande confusão. A transformação será tão profunda que aqueles que perderam a ligação com o espírito e a natureza serão consumidos pela loucura.

As cidades se encherão de sombras errantes, pessoas afastadas das suas almas, pesadas nos seus passos, sobrecarregadas pela sua desconexão. Alguns desaparecerão como neblina no vento, enquanto outros sofrerão deformidades tanto no corpo como na mente, porque velhas barreiras protetoras cairão e com elas abrirão portas para outras realidades.

A ordem vai desmoronar. Haverá confusão entre homem e mulher, entre idosos e jovens. A vida será distorcida, e muitos desejarão que as montanhas caiam sobre eles, para libertá-los do seu sofrimento.

Mas há esperança. Aqueles que se lembram, que voltam à sabedoria dos antepassados, que reconectam seus corações com seus espíritos, permanecerão intactos. Eles são os Pahana, os vagabundos das montanhas e das florestas, aqueles que conhecem a saída do caos – no novo mundo.

Porque a Terra se renovará, e com ela, aqueles que ouvem o seu chamado.

Retirado do mural de Erika Espinosa