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Sambaquis: Grandes montanhas de ossos de peixes e conchas no Brasil
11/02/2025
Sambaquis são grandes montanhas de ossos de peixes e conchas, feitas por nativos brasileiros.
Erguidos ao longo de milênios, sambaqui significa “amontoado de conchas” em tupi.
Em alguns montes, foram encontrados anzóis, flechas, arpões, quebra-cocos, facas e machados de povos pré-colombianos.
Os sambaquis tiveram diversas finalidades ao longo dos milênios.
Inicialmente, funcionava como um depósito de alimentos e conchas, mais tarde servindo como habitações.
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As montanhas tornaram-se fontes de calcário, sendo assim, excelentes na época, para construção de casas.
Isso explica a grande quantidade de utensílios, restos humanos e animais presentes nos sambaquis – indicando grandes comunidades.
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Graças aos sambaquis, é possível entender a vida dos primeiros povos brasileiros da Antiguidade no Brasil, seus hábitos, culturas e movimentos migratórios.
Em Santa Catarina, há os maiores sambaquis do Brasil e do mundo.
As cidades de Laguna e Jaguaruna têm 42 sambaquis, alguns com 30 até metros de altura.
As estruturas também podiam servir como câmaras funerárias, pois milhares de corpos já foram encontrados em apenas 1 sambaqui.
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Estão distribuídos principalmente por quase todo do litoral do Brasil.
Em São Paulo há grandes montes, como em Cananéia, São Vicente e Iguape.
Sambaquis não são exclusivos do litoral, também presentes em regiões como o baixo Amazonas e no Xingu.
Muitos possuem centenas de metros de extensão, alguns construídos há mais de 6 mil anos.
Os sambaquis deixaram de ser habitados possivelmente em torno do ano 1000, quando os tupi-guarani espalharam-se pelo litoral brasileiro.
A diferença de hábitos culturais e alimentares encontrados nos montes, indica que foram construídos por uma sociedade distinta dos tupi-guarani.
Quando os europeus desembarcaram no Brasil, em pouco tempo, perceberam que as estruturas eram obras de nativos.
No século 16, muitas conchas foram moídas e utilizadas como cal na construção de engenhos de açúcar e edifícios.
Em Salvador, o primeiro Palácio do Governador utilizou o calcário dos sambaquis.
Hoje, há museus destinados para o estudo dessas estruturas, sendo o principal o Museu do Homem de Sambaqui, em Florianópolis.
Sambaquis existem em quase todos continentes do mundo: África, América e Europa.
🎨Ilustração por Martha Werneck