Vivemos dentro de uma bolha de 1.000 anos-luz, revela estudo
17/03/2023Uma equipe de astrônomos norte-americanos criou um mapa 3D inédito que mostra uma gigantesca bolha oca no espaço com mais de mil anos-luz de largura. A enorme estrutura envolve todo o nosso Sistema Solar e foi criada a partir da explosão de estrelas supernovas.
Batizada como “Bolha Local”, ela é uma cavidade de plasma quente e difuso, envolto por uma camada de gás frio e poeira. Essas superbolhas existem aos montes pela Via Láctea, com a nossa galáxia parecendo um enorme queijo suíço.
Durante a morte explosiva de estrelas massivas, elas acabam empurrando e concentrando o gás e poeira na superfície externa da bolha. Esses locais acabam se transformando em verdadeiros “berçários” para a formação de novas estrelas e planetas.
O mapa foi gerado por astrônomos do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, a partir de dados coletados pelos telescópios Gaia e Planck, dois observatórios espaciais lançados pela Agência Espacial Europeia (ESA).
O objetivo foi medir a localização da poeira cósmica, mapeando suas concentrações e mostrando os limites aproximados da Bolha Local.
O resultado desse estudo pode ser visto no mapa 3D abaixo:
O mapa revela a provável estrutura do campo magnético da Bolha Local, a partir do estudo da luz polarizada — uma luz que vibra em uma direção, sendo produzida por partículas de poeira alinhadas magneticamente no espaço. Essa influência dos campos magnéticos pode ter um fator-chave na maneira como os gases fluem pela galáxia.
A pesquisa sobre a Bolha Local e outras estruturas do tipo podem ajudar os cientistas a entender como os campos magnéticos atuam através do Cosmos. Além disso, é possível responder dúvidas de astrônomos sobre a origem das estrelas, assim como os seus efeitos em grande escala – entendendo a forma e evolução da galáxia.
De acordo com Theo O’Neill, líder do estudo, a criação do mapa permite entender a mecânica exata que forma essas bolhas, e que esse tipo de pesquisa tem se tornado possível graças ao surgimento de novas ferramentas de observação e métodos computacionais.
Fonte:
[Espaço]